Manifestos de Sindicatos marcam greve geral em Tangará

2 de maio de 2017 - 09:59 - 984 views

As manifestações contra a Reforma Trabalhista e Reforma da Previdência acontecem em várias cidades do Brasil nesta sexta-feira (28).

Em Tangará da Serra, representantes de Sindicatos realizaram um ato na manhã de hoje em frente ao antigo prédio da Prefeitura Municipal, na Avenida Brasil e em frente ao INSS.

A Prof. Joseti Ribeiro, membro da Direção Central da Adunemat que é o Sindicato dos Professores da Unemat, destacou que é importante a união dos sindicatos no dia de hoje.

“Nós tivemos no ano passado o ajuste fiscal do Governo Temer que é a valorização dos profissionais de todos os setores por um período de 20 anos, dando uma estagnada nas nossas evoluções de carreira, nas nossas melhorias salarias. E, logo após isso, em 2017 estamos com esses pacotes da Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista. A primeira tira os nossos direitos previdenciários, teremos que trabalhar 49 anos para ter direito a uma aposentadoria integral. E a segunda, é um ajuste muito grande que aumenta a nossa jornada de trabalho, quebra os acordos coletivos, se reduz aos acordos individuais e os direitos que nós temos garantido há quase 100 anos estão sendo retirados”, disse.

Mário Ribeiro Neris, representante Regional do Sindicato dos Servidores da Saúde do Estado de Mato Grosso, ressaltou que a luta continua. “Lembrando que essas reformas vêm diretamente prejudicar o trabalhador. Desde o início que o Governo tenta implantar essas reformas e a gente não pode ficar quietos, parados, aceitando tudo que ele está impondo. O Governo não apresenta números, não apresenta nada dizendo que realmente existe um déficit na previdência que venha causar todas essas consequências aos trabalhadores”.

Ele aproveitou para falar ainda de outra proposta do Governo de congelamento nos investimentos da saúde. “A saúde no Brasil está um caos. A gente pode perceber que os serviços de saúde, os hospitais, estão superlotados, pessoas com colchões no chão sem atendimento, cirurgias sendo suspensas por falta de material, profissionais entrando em greve por não ter condições mínimas de trabalho e o Governo vem com uma reforma de congelamento dos investimentos na saúde. Já estava um caos, imagine agora que não vai investir. Um exemplo é a ameaça de fechamento do SAMU. Todo mundo necessita de atendimento do SAMU, independentemente de ter plano de saúde ou não e, a gente percebe que o Governo não está se importando. Acusa o serviço público, os servidores de que a falta de recursos no país é o pagamento dos salários, mas se vamos nas umidades de saúde, nos hospitais, percebemos o caos. Sem falar também que as nossas unidades onde trabalhamos, no Escritório Regional de Saúde, não têm condições de trabalho, não temos cadeiras, computadores defasados, é muito constrangedor. Então a gente vive um momento complicado, um momento muito difícil de se trabalhar, as vezes somos acusados de não realizar o nosso trabalho, mas na realidade é que nós não temos condições de trabalho”, destacou Neris.

Roseli Dizeró, membro do Sindicato dos Servidores do DETRAN-MT, afirmou que os servidores também são contra a Reforma Trabalhista e que nesta sexta-feira (28) não tem atendimento ao público na 22ª CIRETRAN em Tangará da Serra.

“A exemplo das demais categorias tanto a nível estadual quanto Sindicatos de iniciativa privada, estamos paralisados, aderindo a esse movimento intitulado ‘greve geral’, convocado por vários Sindicatos e o manifesto contrário às reformas trabalhistas e da previdência. Hoje na CIRETRAN nenhum atendimento será feito, retomando as atividades normais na terça-feira (02-05). Esse é um ataque geral e global à classe trabalhadora, independente do cargo que ocupe ou se é da iniciativa privada ou pública, todos nós seremos afetados, então nesse sentido que todos os sindicatos e todas as categorias estão unidas contra esses ataques que estão sendo gestados, alguns aprovados com tamanha violência e brevidade no ritmo que o governo tenta impor à classe trabalhadora”, pontuou.

Valdemar Manrich, Secretário do Sindicato dos Comerciários de Tangará da Serra, compareceu ao manifesto com toda a equipe de trabalhadores. “É a união de todas os Sindicatos de trabalhadores, de toda a sociedade civil organizada para mostrar tanto para a sociedade tangaraense, quanto para a sociedade matogrossense e para todo o Brasil, a nossa indignação com relação a Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista. O Sindicato dos Comerciários de toda a nossa região apoia o manifesto contrário a todas essas reformas”.

Entre outros, a reforma trabalhista define pontos que podem ser fruto de acordo entre empresários e representantes dos trabalhadores, passando a ter força de lei.

O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados por 296 votos a favor e 177 contrários, na madrugada de quinta-feira (27) e seguiu para o Senado.

Fonte: Rádio Pioneira